Retrato da semana - Antônio Fagundes
Obcecado pela pontualidade, o ator teve de atrasar uma apresentação em cinco minutos porque os convidados demoraram para ocupar seus lugares. Mas antes pediu desculpas aos que chegaram no horário
por Daniel Hessel Teich | 22 de Maio de 2013
PALMAS PARA FAGUNDES
Grande
nome das artes cênicas no país, o ator Antônio Fagundes é conhecido por
outro traço de sua personalidade, além do talento inquestionável. Ele é
obcecado pela pontualidade. Suas apresentações começam exatamente no
horário marcado e quem chega atrasado não entra, sem exceção ou
choramingos. Justamente por isso, causou estranheza um episódio ocorrido
na sessão para convidados da peça Vermelho no Sesc Ginástico no último
dia 9. Às 21 horas em ponto, horário marcado para o espetáculo, um
produtor veio ao palco, pediu desculpas "em nome do Antônio Fagundes" e
anunciou que o início da exibição atrasaria cinco minutos. Desde as
20h50 daquela noite, esse mesmo produtor se desesperava no saguão do
teatro, tentando convencer figurões e celebridades a deixar de lado o
bate-papo e as entrevistas para ocupar seus lugares na plateia. Não foi
atendido. Às 21h05, as cortinas foram abertas, depois que os ilustres
convidados já estavam acomodados.
A guerra contra o relógio é
uma característica arraigada no caráter carioca, e a maioria das pessoas
trata o desrespeito aos horários com a mais absoluta naturalidade. Nos
consultórios médicos e dentários, o atendimento atrasa em média quarenta
minutos. Shows e cerimônias de casamento começam meia hora depois da
hora marcada. Espetáculos teatrais, quinze minutos. "Acho um desrespeito
deixar as pessoas esperando. Decidi ser pontualíssimo e ganhei fama de
chato", disse o ator em entrevista ao repórter Rafael Teixeira, de VEJA
RIO. Com grande parte do público ainda do lado de fora, o ator acabou
fazendo uma rara concessão. Isso não se repetiu mais e não deve se
repetir nas próximas apresentações. Bravo, Fagundes!
Fonte: Veja Rio
Nota da AB:
Infelizmente este triste e desrespeitoso hábito não se limita aos cariocas. Isto acontece no Brasil todo. Eu abomino o atraso sistemático que faz parte da vida de muitas pessoas. Semana passada meu filho foi a um show de humor no Teatro Riachuelo. Disse que o artista começou o espetáculo, já com o atraso "de praxe" de quinze minutos, com a platéia quase vazia e terminou a apresentação com a sala lotada. Será que as pessoas tem relógios e não sabem usá-los? Seriam apenas para enfeite?
AB
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