quinta-feira, 23 de maio de 2013

Pontualidade


Retrato da semana - Antônio Fagundes

Obcecado pela pontualidade, o ator teve de atrasar uma apresentação em cinco minutos porque os convidados demoraram para ocupar seus lugares. Mas antes pediu desculpas aos que chegaram no horário

por Daniel Hessel Teich | 22 de Maio de 2013
PALMAS PARA FAGUNDES

Ivan Abujamra

Grande nome das artes cênicas no país, o ator Antônio Fagundes é conhecido por outro traço de sua personalidade, além do talento inquestionável. Ele é obcecado pela pontualidade. Suas apresentações começam exatamente no horário marcado e quem chega atrasado não entra, sem exceção ou choramingos. Justamente por isso, causou estranheza um episódio ocorrido na sessão para convidados da peça Vermelho no Sesc Ginástico no último dia 9. Às 21 horas em ponto, horário marcado para o espetáculo, um produtor veio ao palco, pediu desculpas "em nome do Antônio Fagundes" e anunciou que o início da exibição atrasaria cinco minutos. Desde as 20h50 daquela noite, esse mesmo produtor se desesperava no saguão do teatro, tentando convencer figurões e celebridades a deixar de lado o bate-papo e as entrevistas para ocupar seus lugares na plateia. Não foi atendido. Às 21h05, as cortinas foram abertas, depois que os ilustres convidados já estavam acomodados.

A guerra contra o relógio é uma característica arraigada no caráter carioca, e a maioria das pessoas trata o desrespeito aos horários com a mais absoluta naturalidade. Nos consultórios médicos e dentários, o atendimento atrasa em média quarenta minutos. Shows e cerimônias de casamento começam meia hora depois da hora marcada. Espetáculos teatrais, quinze minutos. "Acho um desrespeito deixar as pessoas esperando. Decidi ser pontualíssimo e ganhei fama de chato", disse o ator em entrevista ao repórter Rafael Teixeira, de VEJA RIO. Com grande parte do público ainda do lado de fora, o ator acabou fazendo uma rara concessão. Isso não se repetiu mais e não deve se repetir nas próximas apresentações. Bravo, Fagundes!

Fonte: Veja Rio

Nota da AB:
Infelizmente este triste e desrespeitoso hábito não se limita aos cariocas. Isto acontece no Brasil todo. Eu abomino o atraso sistemático que faz parte da vida de muitas pessoas. Semana passada meu filho foi a um show de humor no Teatro Riachuelo. Disse que o artista começou o espetáculo, já com o atraso "de praxe" de quinze minutos, com a platéia quase vazia e terminou a apresentação com a sala lotada. Será que as pessoas tem relógios e não sabem usá-los? Seriam apenas para enfeite?
AB

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