terça-feira, 7 de agosto de 2012

Paris: como arrumar mala?

Por Rodrigo Lavalle Consultor Compras indicado pelo Conexão Paris


Uma dúvida freqüente dos leitores do Conexão Paris é como fazer uma mala apropriada para a época do ano na qual viajarão. Qual tipo, estilo e quantidade de roupa levar em uma viagem à Paris no inverno, no verão ou na primavera?
Já fizemos dois artigos dando dicas de como se vestir no inverno (leia aqui) e nas meia estações – primavera e outono – (leia aqui) mas é sempre confuso saber exatamente em qual estação do ano a sua estada em Paris se enquadra.
Vou começar separando as estações, não pelo calendário, mas sim pelo que a gente sente na vida real. A grosso modo temos:
  • Inverno – de novembro a março
  • Primavera – de abril a junho
  • Verão – julho e agosto
  • Outono – setembro e outubro
É bom ressaltar que o tempo em Paris é inconstante. Há duas semanas estávamos com máximas de 30°C e semana passada elas caíram para 22°C. O importante é não fazer a mala com muita antecedência e, antes de começar, consultar os sites de metereologia. No site do Conexão Paris, à direita, vocês encontram um link para um site com previsões do tempo para os próximos 10 dias. Super útil!!!
Algumas dicas para se fazer uma mala prática mas nem tanto…
  • Fazer uma lista de itens importantes e indispensáveis (documentos, remédios, produtos de higiene pessoal, carregadores de bateria, adaptadores de tomada, guias, cartões, óculos de sol, etc) ou com aquelas roupas que você quer levar de qualquer jeito. Pregá-la na porta do armário, assim você não esquece nada e vai acrescentando ou retirando itens conforme seu humor.
  • A lista pode ser substituída por uma gaveta no armário ou na cômoda onde você vai colocando esses itens. O bom desse truque é que já vai dando para se ter uma noção do volume que todos esses itens juntos ocupam.
  • Pensar em looks prontos e cujas peças podem ser combinadas entre eles.
  • Traga roupas de tecidos que não amassem (muito) e que sequem rápido caso você precise lavá-los no banheiro do hotel.
  • Traga as roupas que você geralmente guarda para usar em uma ocasião especial, afinal de contas você estará de férias em Paris e todo dia será um dia especial!
  • Traga de 3 a 5 suéteres ou cardigãs. Suéter em Paris é como camiseta no Brasil, se usa praticamente o ano inteiro.
  • Cores escuras. Emagrecem, a sujeira não aparece e se adaptam bem à cidade.
  • No inverno um casaco mais pesado é suficiente. Lembre-se sempre do look em camadas.
  • Esse é o item mais difícil: 3 pares de sapatos é o bastante! Um tênis, um sapato para usar durante o dia e um sapato para a noite.
  • NÃO traga sapatos novos que você ainda não teve a oportunidade de usar e de ‘amaciar’!
  • Traga uma bolsa com zíper que possa ser bem fechada para evitar que os ‘mãos leves’ consigam pegar sua carteira dentro dela.
  • Não precisa trazer todo o arsenal de maquiagem e produtos de beleza. Traga o básico e de repente compre o resto aqui.
  • Coloque todos os carregadores de bateria, as baterias, os cabos e os adapatadores de tomada dentro de uma necessaire.
  • Traga sacos plásticos vazios para ir colocando a roupa suja/usada.
  • SEMPRE que eu viajo eu levo dentro da mala uma outra mala (dessas de lona que vazias não ocupam espaço). É ótimo para colocar as compras mais valiosas ou frágeis na viagem de volta.
  • Eu nunca levo bagagem de mão porém levo uma bolsa grande onde eu coloco: livro ou revista, iPod, celular, carteira, documentos, remédios básicos, um suéter leve, travesseiro de pescoço, uma cueca limpa, etc…
Óbvio que trazer mais coisas do que se vai vestir faz parte. A gente sempe acha espaço para mais um casaco, mais uma calça e mais um par de sapatos que não vai usar. E eu conheço mulheres que obrigam o marido a ser espartano na própria bagagem para que elas possam usar o espaço que sobra...


No site da Louis Vuitton tem uma seção especial chamada de Art of Packing (clique aqui). Nela eles mostram como fazer a mala (começando pelos itens mais pesados, enrolar as roupas, etc) e como dobrar certos tipos de roupa (vestidos, saias, casacos, trench coats, etc).

Nota da AB:
Já deu para notar que este é um assunto que me interessa? Acho engraçado ler sobre como cada pessoa gosta de organizar sua mala de viagem. Vou tirando uma dica daqui outra dali. Aprendi com minha mãe que, em viagens internacionais, devemos sempre levar na bolsa de mão uma muda de roupa, para o caso do extravio da mala. Confesso que aquele momento de tirar a mala da esteira no destino é o pior momento de qualquer viagem, seja doméstica ou internacional, na ida ou na volta.
AB

Fútil, mas útil

Gosta de capuccino? Que tal preparar em casa? Com a ajuda deste mixer a pilha, seu café pode ficar mais incrementado. Para quem ainda não conhece, serve para deixar o leite quente com aquele aspecto cremoso, cheio de espuma. Junte ao café de sua preferência e polvilhe com canela em pó. Custa menos de R$ 20,00 e pode ser encontrado em boas lojas de artigos para casa.

Pode parecer frescura, mas fui acostumada desde pequena a ter este acessório na mesa. Pode ser em prata, inox, acrílico, madeira, resina ou até plástico. Serve para manter os talheres apoiados enquanto nos servimos ou trocamos de prato. Este da foto é em prata e nem é dos mais bonitos, mas pelo menos não "briga" com outros acessórios por ter linhas simples.
Para mim ainda não inventaram saca rolhas melhor que este. Há vários fabricantes e o preço pode variar muito, mas é bom e barato.
Podemos viver muito bem sem estes apetrechos. Mas a vida pode ficar melhor ainda com eles.
AB

domingo, 5 de agosto de 2012

Patrões e patroas sem-noção

RUTH DE AQUINO  é colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br (Foto: ÉPOCA)
RUTH DE AQUINO é colunista de ÉPOCA
Você, que não perde um capítulo da novela do mensalão e torce pela condenação de todos os vilões, já parou para pensar se existe uma Carminha em seu íntimo? Lembre que o exercício da cidadania começa em casa, ao acordar para o café.
Você é uma patroete ou patrão sem-noção, que desrespeita as empreguetes – ou valoriza o trabalho de quem limpa, cozinha, lava e passa para você e sua família?
Não faz sentido discursar contra a corrupção na aula de pilates ou no salão de beleza e, durante o alongamento e a escova progressiva, falar mal do “traste” que você mantém em casa, usando a linguagem da novela das 9, Avenida Brasil. Na “liga das patroas” da novela das 7, Cheias de charme, o uso da língua ferina contra as empregadas é mais que um passatempo, é um vício.
Se Zé Dirceu & Cúmplices precisam ser presos para dar exemplo e moralizar a política, como disciplinar as Carminhas soltas e impunes por aí? E olha que Carminha é emergente e já fez de tudo. O Brasil está cheio de Sandrinhas, Therezinhas, Ruthinhas (incluo meu nome para não fulanizar) que nunca fritaram um ovo, jamais fazem sua cama ou lavam suas calcinhas, não servem uma mesa, não lavam a louça e nunca usaram um aspirador de pó ou uma enceradeira. Elas têm horror a detergente e desperdiçam boa parte da vida procurando poeira para dar bronca. Humilham as empregadas domésticas fixas – um luxo no mundo moderno e civilizado. Quem já morou na Europa sabe.
Quando Nina começou a se vingar de Carminha, invertendo os papéis, a novela ficou meio chata. Na voz e nos gestos de Nina, as barbaridades cotidianas se tornam caricaturais, inverossímeis. Antes, tudo estava em seu devido lugar: sininho, exploração, chiliques, maus-tratos. Carminha era sem dúvida mais convincente no papel de patroa perua cheia de grana.
Se você não é uma Carminha, certamente conhece uma. Tive uma amiga de esquerda em São Paulo com atitudes singulares. No quarto, ao lado de sua cama, ela apertava a campainha ao acordar e lá vinha a empregada com bandeja e o café da manhã preparado. A doméstica dormia num anexo da casa, era obrigada a usar uniforme com touquinha. Servia almoço e jantar. Sentava-se na cozinha para ser chamada por um sininho várias vezes durante as refeições.
Conversei com Léa Silva, conhecida como Tia Léa, dona de uma laje no Vidigal, favela pacificada do Rio de Janeiro, onde serve refeições para estrangeiros. Há 38 anos ela trabalha em “casa de família”, desde adolescente. E já penou com Carminhas e Chayenes. “Sabe o que é levar na cama da patroa uma bandeja com café e ela jogar tudo longe, as coisas se esparramarem na cama, porque ela não gostou de alguma coisa?”, pergunta. Tia Léa detesta o som do sininho. Acha campainha menos desagradável.
Não faz sentido discursar contra a corrupção e tratar as empregadas como na novela Avenida Brasil
O macarrão com salsicha que Nina serviu para Carminha é realidade em muitos lares. “Comida de empregada era uma, comida dos patrões era outra.” Numa casa, empregada era proibida de comer as “partes nobres” do frango. “Para nós ficavam as asas, o pescoço e os pés da galinha. Um dia, eu desfiei a asa bem fininha e fiz um empadão para mim e para as outras empregadas. Para quê! A madame chegou e não gostou nada. Acabou pegando o empadão para ela.” Às vezes, não é só a comida que é diferente. Os pratos, os talheres e os copos são separados. Como se patroetes tivessem nojo das empreguetes.
Tia Léa era acordada de madrugada para atender os amigos da patroa. E o quarto de serviço? “Cheio de entulho”, diz. “Aquele chuveiro frio da Nina na novela... é assim em muitos lugares. Eu esperava a patroa sair para esquentar água na panela e tomar banho de baldinho. Colchão costuma ser horroroso. Roupa de cama é o resto do resto.”
Um dos autores de Cheias de charme, Filipe Miguez, me disse que tenta mostrar “de maneira leve” as agressões e irregularidades de uma relação típica de Terceiro Mundo. A patroa Chayene joga sopa na cara da empregada, mas é denunciada na polícia. Em outra casa, uma menina, filha da empregada que morreu, trabalha sem carteira assinada. “No Sudeste, é menos comum, mas no Norte e Nordeste isso ainda acontece muito. A garota cresceu ali, tem casa e comida, e a mentalidade é de casa-grande e senzala”, diz Filipe.
Se é para encher a boca com cidadania, vamos convocar o Supremo para julgar se você é uma patroa cidadã? E não adianta pedir desmembramento do processo para se safar. Sua empregada tem carteira assinada? Direito a INSS, férias e 13º salário? Quantas horas trabalha por semana? Você a chama com sininho e campainha? Grita? Está sempre insatisfeita? Controla o que ela come? As dependências têm dignidade? Preocupa-se com sua saúde ou apenas reclama que ela está doente e deixou você na mão?
Faça esse teste simples. Dependendo do resultado, quem sabe você precisa de uma reviravolta didática em sua vida.

RUTH DE AQUINO - 03/08/2012

Nota da AB:
Transcrevi o texto acima porque é exatamente como penso. Antes de fazer pose de cidadão indignado com a corrupção que assola nosso país, todo mundo deveria fazer o dever de casa, literalmente.
AB

sábado, 4 de agosto de 2012

Extravagância gastronômica



Veja como é comer, em cinco dias, em metade dos restaurantes três estrelas de Paris


PRISCILA PASTRE-ROSSI

EM PARIS
25/04/2012
Folha de São Paulo

Cérebro de cordeiro na Síria. Espetinho de coração de boi no Peru. Buchada de bode na Paraíba. Formiga na Amazônia. Há dez anos viajo para comer. Mas faltava algo.
Jantar nos exclusivíssimos "trois etoiles" (os três estrelas) parisienses. Mais que isso. Estava decidida a conhecer o maior número deles -são apenas dez endereços nessa categoria na cidade.
Para meu plano dar certo foi preciso uma estratégia. Parte 1, reservar: mandei os primeiros e-mails cinco meses antes. Parte 2: o dinheiro.
Em restaurantes desse naipe, no jantar, o menu-degustação nunca sai por menos de € 240 (R$ 594). Por pessoa. Sem bebidas. Valor que facilmente dobra.
Quem pagou esse pato (e o cordeiro, e o foie gras, e o champanhe, e os armanhaques) foi minha moto, uma Shadow 600cc 2000.
Comprada há cinco anos, mais para pegar a estrada rumo ao interior nos finais de semana, ela andava meio encostada.
E a conta era quase exata: cinco jantares divinos para um casal, com vinhos e o que mais fosse necessário, equivaliam a uma Shadow.
Além de fazer as reservas e ter o dinheiro, havia um terceiro item para meu festim à Babette dar certo. Roupas à altura.
Assim, o primeiro dia em Paris incluiu percorrer 14 estações de trem até um outlet fora da cidade em busca daquele que seria o uniforme de uma semana. Um vestido, uma jaqueta e um terno de grife.
Esse kit, com algumas pequenas variações, seria usado nos cinco jantares.
O PRIMEIRO JANTAR
Atravessamos o saguão do hotel Bristol em direção à porta do Epicure. Pontualmente às 20h30 de um domingo.
J.B. Leroux/Divulgação
Restaurante Epicure, em Paris
Ambiente do restaurante três estrelas Epicure, comandado pelo chef Eric Frechon
Deixo meu casaco na entrada e sou levada a uma mesa no meio do salão, à esquerda de quem entra.
Era domingo à noite -quando, entre os dez três estrelas de Paris, só o Epicure abre- e em 20 minutos não haveria mais lugar disponível. O chef Eric Frechon serve 40 comensais por noite.
"Champanhe?" Foi a primeira pergunta. Não saber o preço dá frio na barriga. Mas era o primeiro jantar. E tinha a grana da moto. E era aniversário dele. "Sim, champanhe."
O menu tinha oito pratos, mas sempre há duas ou três pequenas atrações que chegam antes.
Desfilaram pela mesa ouriço-do-mar com musse de ovo; massa com trufas negras e foie gras de pato; vieiras; cordeiro com nhoque de ervas; queijos; sorvete de lichia, manjar de chocolate e... -ufa!- para acompanhar o café, os indefectíveis "macarons"!
Os do Epicure têm a fama de ser os melhores de toda Paris (e, a despeito de eu não ter provado todos os "macarons" da cidade, ouso dizer: são mesmo!).
Para o "grand finale", uma dose de armanhaque -destilado da região de Armagnac, no sul da França. O daquela noite foi um Laberdolive 1972. Sou seis anos mais nova.
Saí com uma certeza: havia valido a pena, e mesmo que todos os demais jantares decepcionassem, o primeiro havia sido incrível. E uma pergunta: seria possível superar o Epicure?
O SEGUNDO JANTAR
A reserva no Arpège tem de ser feita por telefone. Nada de e-mail. Aproveitando a ligação, perguntei: "Qual o traje ideal?". A resposta: "Aquele com que você se sente confortável". Bom, você entendeu, né? Um bom terno e seu melhor vestido.
Philippe Vaures/Divulgação
Restaurante Arpège, do chef Alain Passard (crédito: Philippe Vaures/Divulgação)
Restaurante Arpège, do chef Alain Passard
Ali, naquele ambiente elegante, paguei meu melhor mico -e adorei. Ao ver o chef Alain Passard de mesa em mesa, pedi para tirar uma foto. Simpático, abriu um sorriso enorme, me abraçou como se fôssemos velhos amigos, tirou a foto e... sumiu!
Deve ter ido para a cozinha, de volta ao seu reino vegetal. Passard é famoso pelo trabalho com legumes e verduras -todas saídas de uma das suas três hortas. Ele diz que o Arpège é autossuficiente em vegetais, ervas e frutas vermelhas e pretas.
Desde 2001 não serve carne. No máximo, frutos do mar, peixe e frango. Sua brigada de 15 cozinheiros faz o comensal descobrir o verdadeiro sabor de cada alimento. Da cenoura. E da beterraba. E do rabanete... Nada de pirotecnia. A cozinha de Passard conquista pela técnica e pela simplicidade.
Há dois anos estive ali, para um almoço. Até então, meu único três estrelas no currículo. Havia sido divino. Mas jantar foi algo ainda superior.
O TERCEIRO JANTAR
Há três menus-degustação no Guy Savoy, restaurante que leva o nome do chef: o de nove, o de 11 e o de 18 pratos. "O de 18 pratos, por favor."
Owen Franken/Corbis
Guy Savoy em seu restaurante, em Paris
O chef Guy Savoy em seu restaurante, que oferece opção de menu-degustação de 18 pratos, em Paris
Chegamos às 19h30, saímos quase à 1h do dia seguinte. Foram cinco horas e meia de refeição. Mais ou menos, um prato a cada 18 minutos!
Lá pelo fim dos primeiros 90 minutos chegou um ovo. Oba! Adoro ovos. A casca estava intacta. Ao ser quebrada, nem gema nem clara. O que me fez suspeitar de que estivesse sendo vítima de um número de ilusionismo.
O ovo estava cheio de creme zabaione! Ele aparecera ali, como mágica, para acompanhar o prato de aspargos e caviar que acabara de ser servido.
Uma surpresa seguida de outra surpresa. Os pontos altos foram um coração de pato e um rim de cordeiro praticamente cru - só selado.
Noite encerrada com queijos, quatro (sim, você leu quatro) sobremesas, "macarons", café, armanhaque... A mais áspera das contas (gastamos € 1.437, cerca
de R$ 3.556) e uma sensação indescritível de que havia valido cada centavo.
O QUARTO JANTAR
O quarto endereço foi o Alain Ducasse au Plaza Athénée. Se você nunca entrou lá, pense num lugar luxuoso. Multiplique por dez. É algo assim. Lustres realmente enormes, formados por uma infinidade de gotas de cristal que parecem chover do teto.
O ambiente é majestoso. E intimida. Mas o menu-degustação, de pratos assinados por Ducasse e executados pela equipe do chef Christophe Saintagne, não acompanhou tamanha pompa. Pelo menos, não naquela noite.
Apesar do verdadeiro balé dos 55 garçons servindo cerca de 50 pessoas, alguns pratos demoraram para chegar. E, por pelo menos uma vez, foi preciso chamar o garçom para repor o vinho.
Nada grave caso algum prato fosse especialmente marcante -apesar de todos, principalmente o cozido de lagostas com batatas, terem chegado à mesa com cozimento correto e bastante saborosos.
Talvez eu esteja sendo severa demais. Penso até que se tivesse ido só nele, já seria um dos melhores jantares da minha vida. Mas a concorrência da semana era poderosa.
Saí pensando mais nos lustres, nos talheres em ouro e prata e nas belas louças assinadas por designers famosos, como o francês Pierre Tachon e o japonês Shinichiro Ogata, do que na comida.
O QUINTO JANTAR
O ponto final dessa turnê inesquecível foi o Le Pré Catelan, do chef Frédéric Anton. Dos cinco endereços três estrelas visitados, foi o de menu-degustação mais em conta: € 240. E um dos mais agradáveis e surpreendentes.
A noite no restaurante -instalado num hotel em meio ao Bois de Boulogne- começou com caranguejo desfiado coberto por caviar. Foi servido em uma latinha pra lá de charmosa, cuja tampa trazia o nome do lugar. Deu até vontade de pedir para levar.
O prato seguinte também não veio numa louça, mas numa pedra quente. Era uma vieira cozida em suco de maçã e nozes torradas moídas.
O último prato salgado do tour pelos estrelados foi uma bochecha de porco cozida em especiarias com batata.
Depois, o maître lotou um prato com seis tipos de queijos. Para terminar a noite, o que parecia uma perfeita maçã verde de porcelana. Quando quebrada, revelava um suflê gelado de caramelo, sidra e um açúcar que estoura na língua.
TUDO DE NOVO
Quando você constata que o jantar menos marcante da semana já está entre os melhores da sua vida é porque a experiência valeu a pena.
Saí desse tour com três quilos a mais, menos dinheiro na conta e uma certeza: faria tudo de novo. Valeu, Shadow.

Nota da AB:
Eu não tenho coragem de cometer a mesma estravagância da autora, mas admiro quem tem. Afinal, mais vale um gosto do um vintém.
AB

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Música inspiradora

Há alguns dias esta música está na minha cabeça. Gosto muito da melodia e da letra.
Com vocês, All the way, interpretada por Frank Sinatra.
Espero que gostem!
AB

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Desligue o seu celular


Do site Conexão Paris

Acho extremamente desagradável quando sou obrigada a "participar" da conversa telefônica da pessoa que está meu ao lado no metrô, no trem, na sala de espera do médico, no cabeleireiro. Às vezes gostaria de ler, trabalhar ou não fazer nada,  olhar as pessoas e a paisagem e de repente o som invade o espaço e me encontro “participando” de uma conversa que não me interessa.
A estatal francesa RATP, encarregada dos transportes urbanos, e a SNCF, que dirige o transporte ferroviário, lançam com frequência, campanhas educativas. Através de cartazes e caricaturas dos “falantes” estas empresas educam devagar a população criando regras do bom uso do espaço social.
Na Alemanha, a Deutsche Bahn prevê zonas de silêncio onde o menor barulho, a começar pelo telefone, é proibido. A SNCF francesa inventou os IDTGV com ambientes Zen. São passagens especiais e o cliente que deseja trabalhar ou dormir pode encontrar na escolha Zen uma certa tranquilidade.
Em alguns resturantes em Paris, os celulares são proibidos. Eu aplaudo a medida.
Em conversas de fim de noite com amigos brasileiros sobre este “problema”, eles me disseram que no Brasil é normal o telefone tocar nos cinemas, durante a projeção de filmes. Para quem não suporta nem o barulho do saquinho de pipoca, isto é o fim do mundo. Às vezes acabo achando graça destes meus incômodos, já sou uma francesa mau humorada. 
Lina Hauteville 

Nota da AB:
Que o celular é um objeto de grande utilidade ninguém duvida. Duvidosa é a educação das pessoas que o usam com estardalhaço. Mais uma vez, minha palavra para o assunto é parcimônia. Se for imprescindível o uso do aparelho em ambiente público, devemos lembrar que as pessoas ao redor não são obrigadas a participar da conversa como ouvintes e que o uso deve ser o mais breve possível. Se for para "jogar conversa fora", devemos deixar para um momento em que não haja possibilidade de incomodar ninguém.

AB

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Prevenção

Ontem foi meu dia de prevenção ao câncer de mama. Consulta com a médica mastologista e marcação da mamografia. Faço isso anualmente, desde os meus trinta e nove anos. Podem dizer que é chato, que fazer a mamografia causa dor e/ou desconforto, que os consultórios são lotados etc, etc. Mas não tem jeito: a melhor maneira de cuidar de sua saúde e do seu futuro é a prevenção.

Prevenção é melhor do que cura
Estou relatando isto aqui para lembrar a todos da importância da prevenção. Estou seguindo o exemplo da blogueira Consuelo Blocker, pela qual tenho grande admiração, que em março deste ano fez um post sobre este assunto. Como ela, tenho casos de câncer na família.

Quando falo prevenção, não me refiro somente ao câncer de mama. É importante também lembrar do câncer de próstata nos homens e do câncer de pele para todos, independente do sexo e da idade. Estes são só alguns tipos de câncer para os quais existem métodos preventivos e de precoce diagnóstico. Devemos ter sempre em mente que vale o conjunto da obra, ou seja, o cuidado geral que cada um deve ter com seu corpo e sua mente. Alimentação saudável, atividade física regular e paz de espírito devem ser cultivados com persistência. Por tudo isso, se lembrem: não descuidem de sua saúde e lembrem às pessoas ao seu redor para fazerem o mesmo.

Deem uma olhada nestes sites:

Boa sorte e boa saúde para todos!
AB

terça-feira, 31 de julho de 2012

Voltar a Paris

Entre muitas motivações, a gente escolhe a cota que nos cabe para desembarcar em Paris pela primeira vez.  Realizar um sonho que tem como cenário a cidade inteira, satisfazer uma curiosidade sem traços definidos, adquirir objetos de desejo, expor-se  a impactos culturais e comportamentais, experimentar  aquele prato naquele restaurante, poder dizer “eu já estive lá”, cumprir uma etapa da viagem que se estende por vários lugares  –  ou tudo isso misturado.
Voltar a Paris é partir em busca de si mesmo. Não importa que entre uma viagem e outra você e a cidade tenham mudado nisso ou naquilo. Há  sempre por fazer algo que faltou, permanecem as doces ou excitantes lembranças que impelem à repetição com a sabedoria adquirida, algo aconteceu de novo que você quer conferir de perto. Ou, simplesmente, você não resiste à tentação poética/patética de dobrar uma certa esquina e encontrar, intacto, o  momento, a descoberta, o enlevo, a comunhão que sabe sem retorno.
O melhor de tudo é que a primeira volta não cura. Vicia. Torna-nos  um pouco fiscais ranzinzas e  guardiães zelosos de paisagens físicas e humanas. Irrita-nos encontrar mais uma loja cintilante  do “Macdô” ocupando o espaço da  papelaria quase centenária, de fachada tão desbotada quanto a velhinha de xale atrás do balcão. Parece que ninguém mais manda cartas e as velhinhas trajam Adidas. Encanta-nos a proliferação de riquixás,  permitindo-nos trafegar com calma e correção ambiental, enquanto alguém pedala por nós. Diverte-nos a mudança de idiomas e tonalidades dos turistas, conforme a crise da vez. Na mídia, já não levamos muito a sério os  cartesianíssimos  debates, em que mudam apenas os vilões de cada discurso e os perigos de cada momento. De parte a parte, os argumentos podem ser idiotas, mas a gramática é impecável. Em compensação, somos acolhidos por exposições,  espetáculos e acontecimentos  que, por si,  já valeriam a viagem.
É nesse ponto que você cede à ilusão de que já faz parte de tudo isso.  De repente, a campainha da vida toca e termina o recreio. Que pena e que bom. Que pena devolver as roupas aos armários de casa, que bom as malas terem voltado em bom estado, para encherem-se novamente de saudades, projetos e emoções.  Você pode até fingir que não pensa na próxima vez. Até achar no bolso do casaco um bilhete esquecido de metrô.

Nota da AB:
Copiei este texto do site Conexão Paris pois reflete fielmente meu sentimento em relação àquela cidade emblemática pelos mais variados motivos. Sei que muitos vão concordar comigo. Outros vão me chamar de arrogante. Que que eu posso fazer se fui contagiada por esta dócil doença chamada Paris?
AB

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Mont Saint Michel

Esta foto é o papel de parede do meu computador de mesa, tamanho é o meu fascínio por este lugar mágico: Mont Saint Michel, na região da Normandia, noroeste da França. Aqui o site oficial de lá.
Chegamos lá de carro, provenientes de Saint-Malo, na Bretanha, outra grande descoberta da qual falarei em outro post.
Olhando de longe parece um castelo murado, mas na verdade o Mont Saint Michel abriga uma bela abadia medieval construída em homenagem ao arcanjo São Miguel, entre os séculos 11 e 16, em estilo gótico francês. Originalmente o local era uma pequena ilha na foz do rio Couesnon, com acesso apenas na maré baixa. No fim do século 19 foi construído um acesso permanente. É um dos destinos turísticos mais procurados na França. A maioria dos visitantes vem de Paris em ônibus lotados para estadia de poucas horas.
maré baixa
maré alta
Quando chegamos, estacionamos o carro ao lado do acesso, numa área que é inundada pela maré alta. Calma, não fizemos isso como turistas desavisados. Há muitas placas alertando sobre o fato e informando o horário da próxima maré alta. No horário que estacionamos, era permitido e seguro. Seguimos a pé para cruzar o portão de acesso. Logo na entrada da ilha, acertamos o hotel para um pernoite, mas o quarto só estaria disponível após as 14 h. Infelizmente não registrei o nome do hotel, mas há vários intramuros, todos pequenos e com poucos quartos. Há mais opcões no continente, inclusive hotéis de redes internacionais.
Informação importante: na hora que o hóspede faz o check in, é indagado se tem veículo. Em caso positivo, o hotel fornece a chave que libera o dispositivo que protege as vagas destinadas a cada estabelecimento intramuros. Estas vagas ficam no acesso ao monte, sem perigo de inundação. Não é genial? Olha a foto:
Quando entramos no monte, a primeira visão é de uma ruela cheia de lojinhas caça-turistas.
rua principal
Seguimos adiante em direção à abadia. Vou abrir parênteses: eu me nego a pagar qualquer valor para entrar numa igreja, qualquer que seja a religião. As casas de Deus devem ser abertas ao povo. Se quiser contribuir para a manutenção, quero o direito de fazê-lo espontaneamente e não compulsoriamente. Pois bem, o acesso à abadia para simples visitação era cobrado! Mas se a pessoa quisesse assitir à missa do meio-dia o acesso era livre. Fomos nessa opção e para nossa surpresa os funcionários fecham (fecham mesmo!) a porta da igreja com todo mundo lá dentro e só abrem ao fim da missa. Valeu muito a pena! Quem me conhece sabe que não sou carola de igreja, mas foi muito emocionante assitir à missa em francês, sem entender completamente o idioma, mas sabendo do que se tratava cada passo do ritual. O interior da abadia é bastante austero, quase sem decoração, mas com uma iluminação natural fantástica, dada a localização no topo do monte.
Finda a missa, a porta aberta, pudemos fazer a visitação gratuitamente. Aí sim se vê a beleza do lugar, com jardins muito bem cuidados e vistas panorâmicas de tirar o fôlego.
jardim interno da abadia
No fim da tarde a turba turística se retira, as lojinhas são fechadas e a cidadela retoma o peculiar ar bucólico. Pudemos então passear tranquilamente pelas ruelas vazias, apreciando a vista que se tem de cima das muralhas ao redor do monte. O clima fica meio triste, mas adequado ao local. Pretendo um dia voltar lá.
Alguns amigos que visitaram o monte em outra ocasião, preferiram se hospedar no continente e disseram que a visão noturna do local iluminado é maravilhosa.
Na manhã seguinte, hora de seguir viagem em direção a Bruges, na Bélgica, passando por Honfleur para almoço e pela bela Ponte da Normandia, sobre o Rio Sena.
Este carro azul era o nosso. Olhem os carneirinhos da Normandia!
Au revoir, Mont Saint Michel.
AB

domingo, 29 de julho de 2012

Fotos bacanas, ideias geniais

Vi estas fotos no site All we like. Olhem quanta criatividade! Espero que gostem.
Bom domingo!
AB

Tudo se transforma
25/07/12

Em tempos em que mais do que nunca devemos reduzir, reciclar, reutilizar e repensar, dê uma olhada nesses objetos que foram reutilizados de maneiras super criativas, dando um uso novo e inteligente ao que poderia estar encostado, sem função, ou até ter se tornado lixo.

Além do mais, essa cara nova conseguiu torná-los um objeto de decoração e de desejo, daqueles que a gente fica morrendo de vontade de ter em casa!

Inspire-se:

1. Barris viraram bateria


2. Raquetes de tênis viraram espelho


3. Globo virou lustre e tigela


4. Skate virou abajur


5. Malas se transformaram em cadeiras...


... e em boombox


6. Parte de uma Vespa virou cadeira


7. Disquetes viraram capas de bloco de anotações


8. Lâmpada deu vida a plantas, se transformando em estufa


9. Tapete de ginástica/yoga virou proteção para notebook


10. Fitas cassete agora são luminárias


11. Piano agora é uma linda fonte de água



Para ver outras ideias, clique aqui.


Fotos: Reprodução